Tivemos acesso ao dossiê entregue por Sant´anna ao Ministério Público, que contém denúncias de irregularidades cometidas por diferentes administrações do clube até então. O documento, com mais de 1 mil páginas, expõe desde desvios de verbas, com o uso do chamado “Caixa 2”, a um sofisticado esquema de não contestação das ações trabalhistas contra a entidade, que propõem, inclusive, a penhora e o leilão das dependências do clube. O objetivo da “máfia” que se instalou no Tamoio até a morte de Sant’ana era arrematar as propriedades do clube por valores abaixo do mercado – através de compradores “laranjas” – e dividir parte do dinheiro entre os envolvidos na trama.
Por trás do interesse no terreno avaliado em R$ 40 milhões, estaria a ambição de construir um shopping center na sede do clube. Segundo as investigações, a descoberta feita por Sant´anna foi o estopim para determinar sua morte. Mas que as penhoras efetivadas pelo Tribunal Regional do Trabalho, mais do que um prejuízo, Santana deixa claro em sua denuncia que tinha medo da extinção do Clube.
O dossiê feito por Sant´anna, encaminhado aos ministérios públicos Estadual, Federal e do Trabalho, impressionou os agentes na época pelo detalhamento das irregularidades praticadas no clube, e a complexidade das fraudes praticadas por integrantes da entidade. Mas nada de efetivo foi feito pela justiça. Talvez pelo dôssie também falar detalhadamente, que um bingo clandestino funcionava no local em parceria extr-oficial com as gestões até então. O que pode ter incomodado muitas autoridades policiais coniventes e associadas, levando o assassinado ao esquecimento.